Grupo Folclórico
O Grupo Folclórico “ Fontes da Nossa Ilha” da freguesia das Fontinhas, concelho da Praia da Vitória, fundado a 5 de Setembro de 1985, com a denominação de “Grupo Regional da Casa do Povo das Fontinhas”. A apresentação ao publico deu-se a 29 de Maio de 1986.
Em 1989, o grupo constitui-se em associação. A partir de então o grupo, com estatutos próprios, passa a denominar-se Grupo Folclórico Fontes da Nossa Ilha, numa alusão à freguesia a que pertence – Fontinhas
O Grupo tenta, com o maior rigor possível, divulgar os cantares, dançares e costumes da Ilha Terceira, tendo recriado, por diversas vezes, ambientes e contextos que poderão estar em sérios riscos de desaparecer ou que já desapareceram (é o caso do tratamento da lã para a confecção dos vestuários, desfolhadas, etc.)
Os Açores começaram a ser colonizados ou povoados em meados do século XV pelos portugueses e alguns estrangeiros, nomeadamente oriundos da Flandres.
Os primeiros povoadores trouxeram consigo usos, costumes, crenças, tradições, que estavam vivas nesse tempo no continente português. No isolamento insular, alguns desses costumes e tradições sofreram modificações provenientes da própria evolução ou da influência do meio bastante diverso do Continental, outros persistiram e chegaram aos nossos dias , apenas com modificações resultantes das transformações da vida local, aliás muito mais lentas do que no continente, e quase sem influência de elementos estranhos.
Assim, o folclore açoriano, naturalmente o terceirense, não é mais do que o folclores português, transplantado para o arquipélago.
As lagoas, as ribeiras, vulcões fenómenos geológicos, climatéricos e as paisagens verdes surpreendentemente bonitas, são factores directos e indirectos que caracterizam a paisagem açoriana.
Esta paisagem reflecte-se na alma do povo, condicionando-lhe em parte o caracter. A influência do meio não será estranha a certa dose de melancolia e saudosismo, à forma de sentimento religioso.
Todos estes factores contribuíram para o enriquecimento do folclore terceirense.
Há melodias genuinamente terceirenses, outras revelam influencia afro-americana, como indicam os nomes de algumas modas, como a charamba e o Lundum.
Apesar de algumas influências exteriores, o folclore terceirense nunca deixou de apresentar características muito próprias e genuínas.
Desde os viras ligeiros do Minho até às baladas dolentes do Alentejo, todas elas se acham incluídas no folclore musical terceirense, formando um conjunto harmonioso que à mercê do clima acentuadamente marítimo e do forçado isolamento imposto pelo velho Atlântico, foram adquirindo novas características, mantendo no entanto aquelas que lhes serviam de base.
A melodia das modas regionais adquiriu uma impressionante riqueza. O mesmo não se pode dizer ao nível da coreografia, onde predominam os andamentos vagarosos e as danças são em regra arrastadas com movimentos lentos.
O povo aproveitava as ocasiões mais fúteis para, em concorridas festas exteriorizar a alegria e a vontade de conviver com mais alguém.
Pode-se dizer que, em qualquer ajuntamento de pessoas onde aparecesse um tocador de viola, logo de falava na organização de um baile. Na nossa freguesia, estes bailes, para além de se realizarem em diferentes contextos e ocasiões, tinham lugar nas festas de São João e durante o tempo do Espírito Santo (nas oito semanas posteriores à Páscoa).
Durante estas oito semana, antes da reza do terço cantado ao Espírito Santo, os convidados reuniam-se para dançarem e alguns olhares eram trocados entre jovens casais.
Antigamente, na nossa freguesia, e segundo pesquisas realizadas, faziam parte deste baile as insubstituíveis violas de 15 cordas da ilha Terceira (única deste género no mundo), uma que ponteava e outra que “rasgava” e o rabeca. Havia sempre um mandador que dirigia o baile.
Estatutos do Grupo Folclórico
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